Serrana opera procedimentos complexos no aterro sanitário


Categoria Meio Ambiente
Publicado em 07/11/2018




No município de Lages e em outros da região da Serra de Santa Catarina, cada habitante produz, em média, meio quilo de lixo por dia. Não parece uma quantidade tão expressiva, contudo, se imaginado o volume de aproximadamente 170 mil habitantes somente de Lages, o número aumenta consideravelmente: 120 toneladas de resíduos diariamente. Em grandes centros urbanos esta quantia pode alcançar 1,5 quilos. As projeções são insuperáveis quando se trata dos sete bilhões de pessoas no mundo.

Uma reunião na manhã desta terça-feira (6 de novembro), no gabinete do prefeito Antonio Ceron, tratou questões inerentes à operação e administração do aterro sanitário municipal, com a presença do vice-prefeito Juliano Polese; secretários da Administração e Fazenda, Antonio Cesar Arruda, de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Euclides Mecabô e municipal de Águas e Saneamento (Semasa), Jurandi Agustini; procurador-geral do Município (Progem), Agnelo Miranda, e o diretor da Serrana Engenharia, Odair J. Mannrich, além de outros profissionais engajados no tema. Ao final da manhã, a comitiva visitou o espaço do aterro sanitário do município, à margem da BR-282, no distrito Índios, e soube detalhes técnicos. “A preservação do meio ambiente é uma preocupação mundial. Lages está de mangas arregaçadas para procurar sempre a melhor saída para que as definições causem o menor impacto possível. Por isto fizemos esta conversa para nos inteiramos mais ainda e cuidar deste nosso patrimônio”, reitera o prefeito.

A Serrana executa os serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação de resíduos sólidos em Lages. A empresa assumiu o aterro em agosto de 2013 por ser a 2ª colocada no processo licitatório depois de a 1ª, denominada ESA, passar por impedimentos diante da constatação de irregularidades e, consequentemente, o aterro foi interditado à época, após a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e a Polícia Militar Ambiental constatarem problemas, como geomembrana rasgada, pontos de vazamento, falhas no sistema de drenagem de chorume, drenagem pluvial com carga de chorume, instabilidade do maciço (provocando risco de desmoronamento), drenagem de gás obstruída.

Com construção de nova célula em argila compactada e geomembrana de pead, a Serrana foi aos poucos solucionando os apontamentos. As células novas foram feitas com argila compactada, sistema de drenagem de chorume e gás, queimadores de gás com flare a fim de reduzir a emissão de metano, além de sistema de drenagem pluvial com canaletas de concreto resolveram os antigos problemas, tornando os vazamentos inexistentes.

Diversas melhorias foram feitas na ETE, entre elas laboratório para análises no próprio aterro e contratação de empresa terceirizada para verificações de monitoramento, além de implantação de casa como abrigo de bombas, de equipamento “espanta pássaro” e de balança rodoviária calibrada e registrada pelo Inmetro para pesagem de resíduos chegados ao aterro, colocação de pneus como barreira a impedir desmoronamentos e plantio de grama. Melhorias em segurança, com vigilância 24 horas, rondas, cercas, interfones e placas também são mecanismos de controle de acesso consolidados naquele local. A prefeitura de Lages fiscaliza todos estes trabalhos permanentemente, o que é feito também por uma engenheira ambiental do Ministério Público (MP).

No encontro com as autoridades neste dia 6 de novembro, a terceirizada Serrana apresentou um relatório com as melhorias desenvolvidas ao longo destes cinco anos no espaço do aterro. Depois de uma vistoria pela empresa RG, a Progem de Lages notificou a Serrana, que efetuou as alterações necessárias, e justificou suas decisões ao Município. As observações feitas permearam pontos referentes a isolamento de área no sistema de tratamento de efluentes, acesso a lagoas, impermeabilidade em maciços, escoamento de chorume, frente de trabalho, matérias de cobertura, recalque de lodo, flaculações e demanda bioquímica de oxigênio.

De acordo com o diretor da Serrana Engenharia, Odair J. Mannrich, um aterro sanitário tem basicamente três funções: “Proteger o maciço contra vazamentos; drenagem e queima do gás tóxico, e drenagem e tratamento do chorume para que seja encaminhado ao córrego sem degradações e prejuízos ao meio ambiente, com o confinamento de resíduos em respeito às normas e legislações nacionais, estaduais e municipais. A segregação correta de resíduos dentro de casa, com reaproveitamento de materiais e reciclagem, pode ajudar nesta construção da consciência ambiental.”

3,2 milhões de pessoas assistidas

Com matriz administrativa em Joinville, a Serrana atende 3,2 milhões de pessoas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Alagoas, abrangendo cerca de 120 cidades. Em algumas delas a empresa faz coleta, em outros apenas a destinação final e há casos em que realiza as duas.

Opera serviços nos aterros de Pescaria Brava, Mafra, Ibirama, Rio Negrinho, Vacaria (RS), Tangará da Serra (MT), Itambé (PR), Otacílio Costa e Lages. Seus caminhões são novos e rastreados via satélite e monitorados com câmera. Além disto, em Lages, a empresa presta serviços de iluminação pública em um contrato firmado recentemente, com manutenção, troca de lâmpadas, ampliação, modernização e recadastramento comercial.

40 hectares área no aterro

Diariamente, são coletadas, em média, 120 toneladas, e três mil toneladas por mês. O valor da coleta é de R$ 174 por tonelada e no aterro sanitário é de R$ 85 por tonelada. Medidas de redução de resíduos podem refletir na expansão da vida útil do aterro, que atualmente é de mais 20 anos. Sua área não está sendo utilizada na totalidade, se for poderá ter a vida útil duplicada. Hoje em dia são 40 hectares de área no aterro - 400 mil metros quadrados.

Do total de lixo gerado em Lages, em torno de 40% são matéria orgânica, que quando decompostos são produtores de chorume (líquido) e gás (metano), substância tóxica, nociva à camada de ozônio, porém, que recebe destinação e controle adequados no aterro. Cerca de 30% são plásticos, papeis, vidros, entre outros materiais. Existem três tipos de resíduos: Inerte (cacos de telha, pedaços de concreto), classe I (considerado perigoso, como latas com restos de tinta) e classe II (materiais que se decompõem). Da construção civil, 15% dos rejeitos podem seguir para o aterro, o restante (85%) devem ser processados e voltar ao consumo e uso.

Compreender é essencial

Didaticamente, o gerente de Concessão da Serrana, Felipe Schroeder, expôs ao público as diferenciações de conceitos. Lixão consiste em um local de descarga de resíduos sem qualquer tipo de controle ou segurança ambiental, poluindo solo, água e ar, enquanto um aterro serve para tratamento e destino final de acordo com técnicas de engenharia sem agredir o meio ambiente.

Em 2004, o Programa Lixo Nosso de Cada Dia, do Ministério Público (MP), trouxe à tona a necessidade urgencial de erradicação de todos os lixões no Brasil. O temporal de granizo que atingiu Lages em 13 de outubro de 2014 provocou um grande acúmulo de rejeitos de construção civil em detrimento à quebra de telhados e deterioração de estruturas de moradias e estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços. Os resíduos foram levados ao Horto do Guarujá, atrás do Aeroporto Federal e após direcionados a uma célula exclusiva implantada no aterro municipal, à margem da BR-282.

Gaseificador de resíduos

Há sete anos a Serrana está investindo recursos em um gaseificador de resíduos, com parceria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em que é possível alimentação com três toneladas por hora, e capacidade de geração de dois megawatts, suficiente para atender quatro mil residências. Os equipamentos estão instalados em Mafra, a primeira planta, e os recursos são de R$ 40 milhões.

O lixo depositado gera um gás, que é queimado e se torna energia. Uma tonelada de lixo pode ser transformada em 100 quilos de cinzas. Paralelamente a esta iniciativa, a Serrana está focada em construir outras três termoelétricas em Santa Catarina: Tubarão, Jaraguá do Sul e Lages. Esta é a única empresa do Brasil com sistema de geração de energia através do resíduo sólido urbano licenciado e instalado, com aval do órgão ambiental.

A Serrana conta com 1.100 funcionários, destes, 130 na região serrana (Correia Pinto, São Joaquim, Urubici e Lages) e 80 em Lages especificamente. O trabalho na região é feito com 16 caminhões, destes, 11 em Lages.

Pesquisa para reduzir

A Serrana vem investindo em uma nova tecnologia para obedecer a nova legislação, com exigência de que prefeituras e empresas diminuam o volume de resíduos mandados para os aterros. “Uma das formas é gaseificar o resíduo, transformando-o em energia e devolver às pessoas a energia que foi gasta para fazer embalagens e papeis, enfim, tudo que o ser humano rejeita. A pesquisa foi financiada pela Serrana, pela UFPR e Finep, desenvolvida por dez anos”, pontua Mannrich.

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