A Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), possuí 12 polos, em dez municípios catarinenses, mas em nenhum deles é ofertado o curso de Medicina, por isso a batalha para que o curso seja implantado em Lages, virou tema da sessão especial, proposta pelo vereador Marcius Machado, “o curso em Lages, vai beneficiar a sociedade como um todo, aquecendo a economia, gerando emprego e renda, além de atuar na questão da saúde pública que é tão deficitária em toda região, mas precisamos saber quais são as opiniões de cada um de vocês que esta aqui hoje, e há vontade de que isso não fique apenas em um sonho”, disse.
Fizeram parte da mesa, o vice-prefeito de Lages, Toni Duarte, representando o prefeito Elizeu Mattos, o diretor do CAV, Cleimon Dias, o secretário de Desenvolvimento Regional de Lages, Gabriel Ribeiro, o presidente da União das Câmaras de Vereadores da Região Serrana (Uveres), Ariovaldo Machado, o presidente da Associação de Municípios da Região Serrana (Amures), Padre Edilson José de Souza, o diretor do Hospital Tereza Ramos, Luiz Alberto Susin e Célio Antonio Spagnolli, diretor tesoureiro da OAB de Lages.
O campus de Lages, segundo o diretor, Cleimon Dias, já possui toda a estrutura física para comportar o curso, e que apenas seria necessário adequar os laboratórios básicos para que as aulas ocorram de fato, “teríamos que apenas organizar horários de aulas e a compra de materiais específicos, que teríamos que melhorar, aí sim seria necessário um pouco mais de investimento”, afirma.
Mas segundo o vereador Marcius, os gastos podem ser bastante reduzidos. “Não precisaremos construir um hospital modelo, pois teremos em Lages o Hospital Teresa Ramos, que irá disponibilizar uma torre em uma nova estrutura onde poderão ser realizadas tranquilamente pesquisas e extensão”, explicou o vereador.
A Udesc tem dotação orçamentária própria e recebe do Governo do Estado 2,49% da receita liquida, em valores R$ 250 milhões/ano. De acordo com Cleimon, com 10% desta receita, em valores de R$ 25 a R$ 30 milhões/ano, se implantaria tranquilamente o curso de medicina em Lages. O Secretário, Gabriel Ribeiro deixou claro o interesse do governo em que isto vire uma realidade, “o governador Colombo sabe da importância e da contribuição que o curso de Medicina pode dar para o desenvolvimento da Serra. Por isso, nosso total apoio, ainda mais que é na terra do governador”, afirmou Gabriel, que explicou que falta apenas o projeto ser entregue, para que o primeiro passo seja dado, projeto esse que segundo Cleimon deve ser da cidade, “o curso não está no planejamento da Udesc, mas o momento é propício, já que há uma proposta de incentivo à criação de novos cursos”, afirmou.
Os vereadores
O requerimento para a reunião foi assinado por todos os vereadores da Casa, que demonstraram total preocupação com o tema. O vereador Gerson propôs que na já na segunda-feira (16), todos se reúnam novamente para dar início ao projeto. “A cidade, os políticos, a região demonstrou hoje, que isto é uma vontade do grupo”, disse.
Já o vereador Prof. Domingos propôs que seja feito na Casa, um abaixo-assinado, “é viável sim a vinda deste curso, e faremos tudo o que for preciso. A carência do atendimento médico é explícita em toda a região serrana”, concluiu Domingos.
Juliano Polese aproveitou o momento e fez novamente o pedido para que o Poder Executivo entre, de fato no “Programa Mais Médicos”, “Lages precisa de mais, e este já um passo a ser dado, mas o município novamente não o fez”, disse.
Vereador Marcius Machado encerrou a sessão, afirmando que a luta deve continuar, e que mais reuniões deverão ser feitas para demonstrar o interesse de todos, “chegou a hora de sermos o ciclo do conhecimento, da tecnologia para que façamos de fato um desenvolvimento orgânico e verdadeiro. Lançamos hoje uma grande bandeira, de toda uma comunidade que quer que a Medicina venha para Lages, venha para o CAV”, concluiu Marcius.
