Nem ideais políticos nem filosóficos marcam a arrancada do século 21. O que mais preocupa as pessoas atualmente é o que sempre pareceu secundário – o próprio cotidiano. Apoiado nessa perspectiva, o pintor Rodrigo Cunha apresenta a exposição Exuberante Passividade, parceria entre o Serviço Social do Comércio (Sesc) e a Fundação Cultural de Lages (FCL). A partir desta quarta-feira (8) o trabalho poderá ser apreciado no espaço de exposições da FCL. São 15 quadros que ressaltam o estilo passivo de personagens retratados no seu dia a dia. As visitas podem ser feitas das 8h às 12h e das 14h às 18h. O agendamento de escolas deve ser feito pelo telefone 3224-74 25.
Rodrigo, natural de Florianópolis, considera seu trabalho como um épico do cotidiano. “Em vez de usar a temática de antigamente, reproduzindo grandes batalhas ou perfis de reis e rainhas, registro exatamente o que é considerado uma vivência normal”, explica o pintor. Pessoas sentadas em seus sofás, numa roda de bar com amigos ou deitadas na cama dormindo são cenas registradas em óleo sobre tela.
Baseado em ideias do filósofo francês Michel Maffesoli, que afirma que o indivíduo hoje está mais preocupado em sentir do que agir, Rodrigo expõe essa característica da atual realidade, de viver bem o aqui e agora. “Todos sabem que as soluções dos grandes problemas da humanidade não estão ao nosso alcance, por isso as pessoas estão voltadas para o que está próximo, vivendo o presente sem realizar grandes planos”, analisa.
