Melhor acordeonista do mundo Adelar Bertussi passa por Lages rumo a Curiti


Categoria Cultura
Publicado em 04/09/2015




Uma visita inusitada surpreendeu os funcionários e público que circulava pelo Terminal Rodoviário Dom Honorato Piazera na tarde desta quinta-feira (3). Nada menos que Adelar Bertussi Siqueira, pioneiro da música tradicionalista gaúcha e um dos ícones do conjunto Os Bertussi, formado com seu irmão Honeyde Bertussi, com sucesso regional, estadual e nacional da década de 1960, amados pelas antigas gerações de fãs, que hoje são avós e bisavós. Aos 82 anos, completados no dia 15 de fevereiro deste ano, Adelar esbanja vigor, lucidez e memória infalível. Sozinho, o contador e histórias seguiu para Curitiba visitar o filho aproveitando e feriadão de Independência do Brasil e a casa de praia em Paranaguá (PR). Por isto cruzou por Lages.

Os Bertussi foi o primeiro grupo a incluir a bateria em bailes, fato inédito, porque na época os artistas se apresentavam nos bailes com um pandeiro, uma gaita, um violão e um bumbo leguero.Inclusive foram eles dois que formavam um dueto fantástico de acordeom, dando assim inicio á moda de baile com duas gaitas ao invés de uma só.



A fazenda



Em janeiro, Adelar recebeu um telefonema de seu secretário informando uma das melhores notícias de sua carreira: a de havia passado de seis mil bailes tocados com sua participação, uma marca digna de festa. No dia 17 de abril comemorou 67 anos de vida profissional, contados a partir do primeiro baile de Sábado de Aleluia tocado em troca de cachê, um boi magro. “Eu fiz um sinal positivo com as duas mãos, dois ‘joias’ e disse: negócio fechado”, relembra. Na ocasião, seu irmão dez anos mais velho, o famoso músico Honeyde Bertussi, estava doente. Ele faleceu em 1996, aos 73 anos.

O grupo nasceu em São Francisco de Paula (RS). Hoje em dia o músico mora em sua fazenda, “Querência Bertussi”, onde é cultuado um monumento aos Irmãos Bertussi, com casa de sede construída pelo seu pai antes mesmo de ele nascer, em 1932, a 55 quilômetros de Caxias do Sul e demonstra seu carinho pelas querências de São Marcos, Criúva, Vila Seca, Fazenda Souza, Vila Oliva e Juá. “Moro nas estradas do Brasil.”



A melhor banda



Em 1999, Adelar foi submetido a uma cirurgia de hérnia e entregou o ônibus da banda para um de seus filhos, Gilney Bertussi, que formou o grupo Gilney Bertussi e Os Bertussi, em atividade até hoje. Em 2013, o conjunto foi agraciado com o título de melhor banda gaúcha para baile, atribuído pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Depois de recuperado da intervenção, Adelar mudou o rumo de sua carreira e atualmente faz shows pelo Sul com duração de uma hora. “Eu toco, canto, encanto de um jeito que ninguém imagina”, brinca o bem humorado artista. Segundo uma pesquisa de acordeonistas do Estado gaúcho, em outubro de 2014, Adelar recebeu, em Porto Alegre, o prêmio de melhor gaiteiro do mundo, o único cuja obra os demais artistas dos instrumentos conhecem. “Eu gravei na gaita do bugio até a ópera Guarani, de Carlos Gomes.” Questionado sobre o número de composições, Bertussi diz ter perdido a conta de quantas canções criou. Ele foi casado duas vezes e teve quatro filhos, dos quais três homens e uma mulher. “Tenho um filho de 18 anos que toca seis instrumentos, entre eles, piano. Ele é um fenômeno musical, talentosíssimo”, desabafa o pai coruja.

O secretário do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Mushue Hampel, estava em trabalho administrativo junto à Defesa Civil e deparou-se com Adelar. “O cabo Godoy, da base da Polícia Militar me chamou e nos apresentou este grande artista. Eu não o conhecia pessoalmente, mas sim sua fama e seu nome. Meu pai era gaiteiro e sempre falava nos Bertussi, tinha os como uma referência. Senhor Adelar é uma pessoa muito simpática e uma figura ilustre para nós”, comenta Hampel.



Carinho especial por Lages



Em suas entrevistas concedidas às emissoras de rádio, Adelar Bertussi faz questão de ressaltar Lages como a cidade onde mais tocou bailes. “Lages era ainda maior em território, pois não estava dividida. Havia intendências e distritos. Na época em que Benoni Freitas era patrão do CTG Planalto Lageano eu tinha um fim de semana por mês cativo a eles. Promovemos um final de semana histórico em uma destas andanças, em que o CTG contratou Pedro Raimundo e com a minha banda, fez shows em Lages, no Porteira Serrana e em Otacílio Costa”, memoriza o artista, alimentando um enorme carinho pela Serra Catarinense, marco de sua trajetória no campeirismo. Sua ligação com Lages é antiga, pois o seu tio mais novo casou-se com uma moça de sobrenome “Ribas” e tinha uma firme denominada “Bertussi e Ribas”, com filhos moradores em Lages. Ele era proprietário do cinema existente em Lages na época, onde os Bertussi faziam show. “Nós já havíamos gravado no Rio de Janeiro e aí já éramos reconhecidos nas ruas. Fomos contratados para tocar em um baile de São João no Clube 14 de Junho com os Irmãos Rosa. Era um tempo magnífico do qual guardo lindas lembranças.”

Fonte: Prefeitura de Lages



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