Habitação projeta uso de materiais sustentáveis a partir de 2016


Categoria Geral
Publicado em 08/12/2015




O secretário de Habitação, Caetano Palma Neto, fez um levantamento e constatou que há em torno de quatro mil cadastros de pessoas que aguardam por uma nova casa de madeira, reforma, ampliação ou banheiro de alvenaria. A partir de 2016, segundo ele, a ideia é atender praticamente todos os casos de famílias em vulnerabilidade social de forma diferenciada, com preceitos ecologicamente corretos e duradouros.

A prefeitura continuará doando materiais estruturais de paredes, coberturas, elétricos, construindo mecanismos de acessibilidade e mobilidade dentro e fora da residência, além de disponibilizar mão de obra. “A intenção é produzir uma casa por dia. Assim, dentro de um novo formato, em quatro anos conseguiríamos zerar o déficit no município no que tange a famílias em vulnerabilidade social. Isso seria dificílimo com utilização de madeira, mesmo que de excelente qualidade, pois há moradores sem condições de custear tintas para pintar a casa e ampliar a vida útil do produto”, pontua.

Ele enfatiza que a vida útil de uma casa de madeira é de até dois anos. “Aí em dois anos a família volta para a fila pedindo uma reforma”, lamenta. O secretário diz que em 2016 as que detiverem terrenos serão atendidas dentro de um cronograma. “Mas nós iremos atrás de parcerias para conseguirmos terrenos para os que não possuem. Discutiremos com o Ministério do Meio Ambiente e o Banco Mundial projetos de construções sustentáveis”, informa.



Sobre o novo projeto

Engenheiro civil por formação acadêmica, Caetano Palma Neto estudou a eficiência de materiais sustentáveis sobre construções habitacionais. Solo-cimento, considerado o tijolo ecológico, formado por argila ou material de jazida e cimento, e placas cimentícias, são os produtos visados para transformar a realidade em Lages, fazendo com que a vida útil das casas se prolongue por 20, 30 e até 50 anos.

Segundo Caetano, esses materiais têm custo mais baixo que a madeira. “O solo-cimento é um formato que se adapta a qualquer tipo de região; depende somente de estudo, compactação do solo e granulometria ideal, atendendo às especificações brasileiras”, explica. Tem ainda outras vantagens: é uma parte de cimento para 20 partes de solo, pois não há exigência de queima em forno, somente prensa e espera por sete dias para aplicação nas construções. “É um sistema copiado de algumas peças construídas nas pirâmides, portanto, quanto mais o tempo passa, mais resistente se torna, o oposto do que ocorre com a madeira, que se deteriora”, compara.

O solo-cimento demonstra benefícios térmicos e de alta durabilidade. E o tamanho das moradias será aumentado devido às modificações das características de arranjos familiares. Ou seja, as casas terão cozinha e sala conjugadas, dois quartos e banheiro num espaço de 45 a 60 metros quadrados, diferentemente dos atuais 30 metros.



Produção própria

A ideia é a Secretaria de Habitação não depender de fornecedores. A argila, por exemplo, poderá ser coletada do terreno em frente ao aeroporto federal Antônio Correia Pinto de Macedo, que será rebaixado em quatro metros, onde se encontrava o barracão da JBS Foods. O volume de terra a ser removido será proporcional a mais de cem casas. O propósito é montar um barracão com duas prensas: uma produziria quatro mil blocos por dia e a outra mais mil, o que justifica a intenção de levantar uma casa por dia para acabar com o problema crônico de déficit habitacional.

Durante o período de férias coletivas, Caetano pretende sondar terrenos para construir casas de apoio destinadas ao abrigo provisório de famílias vitimadas por incêndios ou outro tipo de emergência enquanto as definitivas, reconstruídas, serão erguidas pela Habitação. “Isso vai ser feito já com o solo-cimento e serão protótipos. Vamos apresentar o projeto à comunidade, comprovando sua eficácia”, ressalta.

Segundo prévia de dotação orçamentária para 2016, a Habitação deverá contar com R$ 1,9 milhão. No início de 2016 será lançado edital de licitação visando fornecimento de madeira, entre outros materiais, para construção de novas casas como de costume até que o projeto do solo-cimento seja consolidado, porém, com adaptações.

O novo formato de casa de madeira possuirá outro tipo de janela. No barracão previsto para abrigar as produções de solo-cimento e placas cimentícias haverá uma minisserralheria com máquina policorte e aparelho de solda para fabricação de janela com luminosidade e corrente de ar dentro das moradias. Madeiras tratadas, peças mais curtas e sentido diferenciado na horizontal para evitar a proliferação de fungos, com fibras paralelas e com maior impermeabilização e durabilidade, serão parte do novo sistema construtivo.

Placas pensadas tipo madeirite e sistema shingle composto por material asfáltico e areia especial para vidros, com o objetivo de evitar goteiras e efeitos do granizo serão iniciativas de cobertura aplicáveis em Lages, podendo ser confeccionadas no próprio barracão da Habitação.

Conceitos e técnicas do reaproveitamento das caixas de leite formarão a telha reciclável a partir de produtos resináveis numa perspectiva futurista da secretaria. Hoje são utilizadas telhas de fibrocimento que podem sofrer avarias já na hora da colocação, conforme Caetano. Cada casa de madeira custa, em média, R$ 15 mil, diante da inflação e reajustes de produtos, como saca de cimento e reservas de cobre para fiação elétrica.

Fonte: Prefeitura de Lages



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