A inclusão ocorreu durante encontro realizado na terça-feira (23), em Brasília, com a participação de lideranças empresariais da região serrana e do Fórum Parlamentar Catarinense, onde foi debatida a situação das rodovias federais que cortam o Estado. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) entregou ao ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, estudo que mostra a realidade da BR-282 em Santa Catarina, rodovia que liga o Extremo-Oeste ao Litoral catarinense. "Santa Catarina tem uma importância econômica muito forte no País, mas não tem recebido a devida atenção por parte do governo federal", disse o 1º vice-presidente da Federação, Mario Cezar de Aguiar, que participou da reunião, na sede do Ministério.
Presença de representantes serranos rendeu bons frutos
A boa notícia para a Serra é que, a partir da audiência, o trecho Campos Novos – Palhoça, passando por Lages e que antes não fazia parte agora integra o projeto.
Durante o encontro, o ministro reforçou que não tem recursos e que o orçamento da pasta será readequado em março. Só então Rodrigues conseguirá se posicionar de forma definitiva sobre os valores que serão alocados para obras federais em Santa Catarina. Ele também abordou o tema concessões.
Em relação às concessões, Aguiar, da FIESC, destaca que há um processo de entendimento de que é uma maneira de viabilizar as rodovias, desde que a tarifa seja justa. "Na atual situação, com falta de recursos, a concessão é uma saída viável, mas a tarifa precisa ser compatível, adequada. Para isso, existem mecanismos de controle", disse, salientando que é fundamental a realização de estudos de viabilidade para indicar o que é mais adequado para Santa Catarina.
O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, lembra que há pelo menos dez anos o Estado aguarda a duplicação da BR-282. Em diversas oportunidades a instituição foi ao Ministério dos Transportes cobrar celeridade nas obras da rodovia. "Santa Catarina é preterida pelo governo federal em relação aos investimentos em infraestrutura. É uma lástima que tenhamos perdido, por problemas de gestão, obras de cunho mais estrutural, como terceiras faixas, apesar dos alertas feitos pela Fiesc a todas as autoridades envolvidas", diz.
O compromisso assumido pelo ministro é uma grande conquista da região. Quem faz esse destaque é o vice-presidente Regional da Fiesc para a Serra, Israel Marcon. "A nossa região precisa dessa grande obra para crescer e se desenvolver. Além da dificuldade dos produtores no escoamento da produção de grãos, frutos e agropecuária, a indústria também enfrenta problemas na vazão dos seus produtos e a população sofre com a falta de segurança do transito".
Agora o processo será encaminhado para o Ministério do Planejamento para posteriormente ser divulgado o Processo de Manifestação de Interesse (PMI). Nesta fase ocorrem estudos de análise dos trechos e a necessidade de duplicação ou terceira via para apresentação às empresas que demonstrem interesse na concessão. Depois de concluídas essas etapas ocorre o processo licitatório para a concessão da rodovia.