Com o intuito de conscientizar a população sobre o alto número de consultas agendadas e perdidas na rede púbica de saúde em Lages, a secretaria divulgará a cada trimestre o relatório do número de faltosos. O relatório do primeiro trimestre de 2016, apresentado no início da semana,aponta dadospreocupantes. As informações compreendem o período de 2 de janeiro a 31 de março. No total foram geradas 22.110 consultas nesse espaço de tempo e desse número, 16.939 pacientes foram atendidos. Exatamente 5.171 pessoas não compareceram aos procedimentos médicos agendados, em todas as especialidades oferecidas na Policlínica Municipal Enio Pacheco de Andrade.
Os atendimentos na policlínica são oriundos dos encaminhamentos das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), ou seja, o paciente foi atendido na UBS de seu bairro e precisou ser encaminhado a um especialista. Mesmo assim não compareceu ao compromisso no dia marcado. “Essas atitudes enfraquecem o sistema adotado para acabar com as filas de espera tanto nas Unidades de Saúde quanto para o atendimento nas especialidades médicas”, explica a secretária de Saúde, Rose Possato.
De volta à fila
Desde 2013, equipe da Secretaria de Saúde vem desenvolvendo um longo trabalho para garantir a humanização no atendimento, como os serviços de estratificação de risco, consultas de enfermagem e demais procedimentos,a exemploda Central de Atendimento da Saúde que unificou em um só lugar os serviços de autorização de exames, Tratamento Fora de Domicílio (TFD), retirada de medicamentos da Farmácia Básica, Alto Custo, Regulação e Marcação de Consulta, porém, quando a pessoa não comparece à consulta agendada, o trabalho se desgasta e o sistema se torna falho.
Paralelo a esse esforço de garantir o atendimento de qualidade, há o que se caracteriza como falta de comprometimento do cidadão que necessita do serviço. “Uma vez que o paciente solicita pelo atendimento e não comparece na data marcada, duas pessoas deixam de ser atendidas. Esse é o cuidado que pedimos à população, para que vá à consulta ou comunique com antecedência o seu nãocomparecimento”, diz a secretária Rose Possato.
Em 2015 foram agendadas 85.090 consultas somente na Policlínica, sendo que 13.118 pacientes não compareceram. Em todos esses casos o médico estava à sua espera, implicando em prejuízos aos cofres públicos, pois o profissional receberá seus honorários, atendendo ou não. “O município está investindo na saúde e isso é uma responsabilização pelo dinheiro público que sai do bolso do cidadão. Não há como penalizar o paciente faltoso, porém, o prejuízo que ele terá é requerer o atendimento novamente e voltar para a fila”, pondera Rose.
Prejuízo financeiro e ambiental
Os cidadãos que não necessitam mais da consulta agendada, ou que resolveram seu problema de outra forma, devem entrar em contato com a Policlínica pelo número 3251-7983 e comunicar a desistência ao menos com 24 horas de antecedência. Agindo assim os atendentes poderão se reorganizar e chamar um novo paciente para encaixe em seu lugar. “O funcionamento do sistema também é de responsabilidade da população.Se cada indivíduo cumprir seu papel e nos ajudar a reorganizar as filas de espera, seja nos exames de altocusto ou nas consultas das especialidades, o fluxo de atendimento será maior”, diz a secretária de Saúde.
A preocupação abrange outros setores, caso da emissão impressa dos exames disponibilizados nos laboratórios. Nessa questão entra em destaque a responsabilidade ambiental. Segundo dados da Secretaria de Saúde, em 2015 cerca de 30% dos exames efetuados não foram retirados, o que acarreta em grande volume de arquivo-morto que acaba indo parar no lixo ou ocupando outros espaços. “Por se tornar um gasto desnecessário, os laboratórios optaram por imprimir os documentos somente no momento em que o paciente vai buscar o exame. Assim conseguimos diminuir, mesmo que seja um pouco, o prejuízo financeiro e ambiental”, finaliza.
