As instituições de microcrédito apoiam o empreendedorismo na base da pirâmide econômica e funcionam como iniciativas anticíclicas contra crises econômicas. Elas se enquadram como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, conhecida como OSCIP. No caso da instituição de microcrédito, é uma associação sem fins lucrativos não regulada pelo Banco Central que atende ao microempreendedor informal, o que não é o caso das instituições financeiras.
Quem acessa esse tipo de crédito tem alguns benefícios como o atendimento presencial e orientação de agentes especializados para utilização adequada dos recursos e melhoria da gestão do negócio. O presidente em exercício da Associação das Organizações Instituições de Microcrédito e Microfinanças da Região Sul do Brasil (Amcred - Sul), Paulo José Fiamoncini, diz que nos três estados sulinos existe um potencial expressivo. “O déficit de atendimento é acima de 50% quando se trata de crédito adequado para o empreendimento”.
A instabilidade econômica nacional fez com que as pessoas buscassem outras alternativas de renda. O desemprego é a grande fonte de empreendedores por necessidade, mais vulneráveis que não analisam oportunidades, diminuindo a possibilidade de sobrevivência do empreendimento. O número elevado de micro e pequenas empresas que não resistem após dois anos de vida se deve a motivação para empreender, acima de 80% por necessidade.
Há quatro anos, a Amcred realiza encontros para discutir o cenário do microcrédito e como algumas práticas podem interferir diretamente na vida desses empreendedores. Esta edição será realizada em Lages, nos próximos dias 26 e 27 de novembro, onde estarão em pauta assuntos como as taxas de sobrevivência e sucesso das microempresas informais e formais, cenário de crédito e cobrança e a gestão de pessoas como diferencial competitivo.
Além dos associados, o encontro vai reunir representantes de instituições parceiras como Sebrae e Badesc, fomentadores do empreendedorismo e apoiadores dos pequenos negócios.