Moradora do bairro Universitário conta os dias para sua volta ao lar


Categoria Geral
Publicado em 08/06/2017




Mais um dia incerto para as famílias que foram obrigadas a deixar suas casas e buscar apoio em um dos nove abrigos ativados em Lages. A previsão de chuva persiste ao longo do dia desta quinta-feira (8), assim como a vontade de voltar para casa.

Aos 46 anos a diarista Eliane Aparecida Silva está presenciando um dos episódios mais delicados de sua vida. Ela, o esposo, que trabalha como pedreiro, duas filhas, dois genros e três netos são algumas das vítimas que ilustram as dificuldades as quais Lages está inserida de forma enfática desde a tarde de domingo (4) depois das fortes chuvas que trouxeram de novo o pavor das inundações. A moradora conta que sua casa acaba sendo afetada porque próximo há um piscinão de saneamento que acaba transbordamento por conta do alto volume de água.

A família inteira está abrigada no Ginásio Jones Minosso desde a noite de terça-feira. "Alagou tudo na minha casa. Tivemos de correr. Ficamos debaixo da barraca, aí a Defesa Civil nos viu e nos tirou de lá. Foi quando viemos para o Ginásio." Mesmo levantando os móveis e alguns eletrodomésticos em local seguro, a água subiu rapidamente e Eliane perdeu tudo, incluindo móveis novos como estante e guarda-roupas, conforme comenta visivelmente emocionada. "Saímos só com a roupa do corpo. Nem os documentos pudemos salvar. Eu tomo o remédio Losartana e pelo bom atendimento daqui conseguiram pra mim, pois é só com receita médica. Me deram uma pomada que precisei também. Tenho problema de pressão alta e recebi atendimento médico aqui." Eliane passou mal no abrigo e teve alteração de pressão arterial devido aos transtornos emocionais das enchentes. "Estamos sendo bem tratados, mas queremos muito voltar para casa. Aqui a gente come bem no almoço e na janta. Não posso me queixar", relata a moradora, lembrando que no Minosso estão todos bem resguardados. "Eu queria ter ido embora ontem ou hoje, mas meu marido foi lá ver e ainda está vertendo água. Tenho enfisema pulmonar, o frio e a umidade me fazem mal. Ainda não dá pra retornar. Aqui estamos protegidos."


Povo solidário


Eliane tem convicção do sentimento de solidariedade que contagiou não somente a população de Lages, mas da Serra, e conta com o apoio da comunidade para retomar sua vida. Há aproximadamente sete mil pessoas afetadas em toda cidade pela enchente e pela enxurrada. "Eu sei que existem muitos anjos da guarda com coração bom. Eu vejo todas aquelas doações dentro do Ginásio e a gente agradece a todos. Eu trabalho de diarista e conheço muitas pessoas. Tenho muitas coisas que ganhei das minhas patroas, são pessoas maravilhosas."


Sinistros


No final da manhã desta quinta-feira (8), as equipes continuavam monitorando pontos críticos e atendendo pontuais sinistros de queda de árvores como uma derrubada pelo temporal com ventos nesta manhã em frente à distribuidora de combustíveis Idaza, bairro São Miguel. Outra árvore caiu logo cedo na avenida Belizário Ramos (Carahá), no cruzamento com a rua 7 de Setembro, Copacabana, e na rua Jurandir Sell Macedo, Universitário, em frente ao Hotel Rodeio, fundos da Rodoviária Dom Honorato Piazera. Esta ocorrência de queda de árvores foi registrada também em outros pontos da cidade. Os ventos agravaram a situação do barracão da empresa Vedana, no Universitário, problema anteriormente já existente e há casas atendidas com a disponibilização de lonas para cobrir o telhado. Ocorrências devem ser comunicadas à Defesa Civil pelo número 199.

Fonte: Prefeitura de Lages



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